Sentir dor definitivamente não é normal. E se você sente muitas cólicas menstruais, dores na hora da relação sexual e até mesmo sangramentos, pode estar sofrendo de endometriose. A doença, que atinge um quinto das mulheres no mundo em idade reprodutiva, é causada quando o tecido dentro do útero, o tecido endométrio, surge fora dele.
De acordo com a ginecologista e obstetra Laylla Aliontina Lemes Carneiro, a endometriose não tem cura, mas pode ser tratada quando diagnosticada precocemente. “No período menstrual, parte as células endométricas que deveriam sair junto com a menstruação sofrem refluxo, assim, elas ficam aglomeradas em regiões que não deveriam, como na cavidade abdominal, ovários e tubas uterinas.”
O que causa a endometriose?
De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, antigamente as mulheres menstruavam menos durante seu período reprodutivo, em torno de 40 vezes. A mulher moderna menstrua mais, cerca de 400 vezes em seu período reprodutivo. “Vemos isso como fator de mudanças culturais e sociais. Hoje a mulher é mais ativa, além de cuidar dos filhos e do trabalho. Além disso, ela planeja a gravidez e consequentemente menstrua mais”, explica a ginecologista.
Além disto, o estresse e a má alimentação, rica em gordura trans, podem facilitar o surgimento da doença. A diminuição da quantidade de filhos e a gravidez em idade avançada também são apontados como fatores agravantes da endometriose.
A doença ainda pode gerar dificuldade para engravidar. As células que deveriam ser eliminadas com a menstruação se aglomeram no ovário e nas tubas uterinas, podendo provocar dificuldade de ovulação e migração do óvulo para a região do corpo onde ocorre a fecundação. Segundo Laylla Lemes, quem possui a doença e deseja engravidar deve procurar seu ginecologista para avaliar as possibilidades do caso, para que se necessário ele indique tratamentos ou reprodução assistida.
Prevenção da Endometriose:
Para prevenir a endometriose, além de uma dieta saudável, é essencial a prática de exercícios físicos. De acordo com uma pesquisa publicada pelo American Journal of Epidemiology, no ano de 2003, a prática de exercícios físicos durante uma hora por dia — uma corrida, por exemplo — reduz em média 76% as chances do desenvolvimento da doença.
Fonte: mulhercomsaude