Achado é considerado maior avanço ’em décadas’ no diagnóstico da doença, a segunda que mais mata homens no Brasil
RIO — Em vez de se submeter a uma biópsia, exame extremamente invasivo, os homens com suspeita de câncer de próstata poderiam (e deveriam) realizar uma simples ressonância magnética e ter o dobro de chances de detectar corretamente a gravidade do tumor, afirma um novo estudo publicado na “Lancet”.
Os pesquisadores chegaram a esta conclusão após um grande ensaio clínico, feito com 576 homens. E especialistas acreditam que os resultados podem influenciar uma mudança de prática médica, já que este é considerado “o maior avanço no diagnóstico do câncer de próstata em décadas, com o potencial de salvar muitas vidas”, ressaltou, por meio de um comunicado, a instituição Cancer UK.
O câncer de próstata é que mais assombra o sexo masculino em todo o mundo. No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens: um a cada 36 brasileiros morrerá dessa doença, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
BIÓPSIA DETECTA SÓ 48%
O estudo mostrou que uma ressonância magnética capta 93% dos cânceres agressivos na próstata, em comparação com 48% detectados em uma biópsia — que consiste na retirada de uma amostra de tecido para testes laboratoriais. As ressonâncias também tiveram maior sucesso na identificação de cânceres não agressivos, que quase não crescem e então não precisam ser tratados, uma vez que uma possível cirurgia será pior para a qualidade de vida do paciente do que se ele continuar com o tumor.
Fonte: O Globo