1) Toda Mulher tem TPM.
MITO – Nem toda mulher sofre com Tensão Pré-Menstrual e há algumas, muito poucas, que não exibem nenhum sintoma, assegura Felipe Henning Gaia Duarte, diretor da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
2) O principal sinal da TPM é a mudança de humor.
VERDADE – A mudança de humor, junto a sinais de intensificação da compulsão alimentar, é a mais recorrente. Mas é importante deixar claro que não apenas a alteração emocional fecha o diagnóstico. Em geral, temos mais sintomas que vem a reboque, como ansiedade, depressão, insônia, sonolência, enxaqueca, dor nas mamas, distensão abdominal, acne e alteração de apetite com desejo por chocolate, completa Maria dos Anjos Chaves.
3) A mulher pode ganhar ou perder alguns quilos no período.
VERDADE – De acordo com o doutor em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, Felipe Henning Gaia Duarte, a progesterona, hormônio feminino presente em maior quantidade neste momento, pode agir em receptores renais de outro hormônio chamado aldosterona, aumentando a absorção de sal e água e levando a edemas e aumento transitório de peso. Se a paciente ainda sofrer de compulsão alimentar por ansiedade, o ponteiro da balança também vai subir pela ingestão maior de comida. É esperada uma variação de até 2 kg nesta fase. Para não entrar nessa, vale tomar algumas providências, como evitar comer itens salgados, que levam o organismo a reter líquido, e até agendar uma drenagem linfática para aliviar o inchaço. E, claro, segurar a gula por alimentos engordativos, como doces e chocolates.
4) A atividade física ajuda a minimizar os sintomas.
VERDADE – Mexer o corpo leva ao relaxamento e ainda dá uma força para liberar os hormônios serotonina e endorfina, responsáveis pela melhora do humor que terão grande impacto para aliviar o estresse. A atividade física ainda previne a cólica e as dores no corpo. O exercício mais recomendado é o aeróbio. Porém, nem todas as pessoas podem fazê-lo, precisa verificar antes com o médico. Vale ressaltar que qualquer atividade ajuda, desde caminhar e andar de bicicleta até dançar, cuidar do jardim, defende a ginecologista Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, com título de especialização pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGI). Com a ginástica, o organismo libera endorfinas em maior quantidade, que atenuam a dor e aumentam o bem-estar, suavizando os efeitos da TPM, complementa Felipe Gaia, especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
5) É normal sentir mais fome, especialmente desejo por doces e chocolate.
VERDADE – Por causa da redução dos níveis de estrogênio e maior instabilidade emocional, o fenômeno de recompensa da ansiedade com prazer alimentar é acentuado, levando a maior procura por doces e guloseimas, analisa Felipe Henning Gaia Duarte. O apetite por carboidratos aumenta, completa Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves. É fato: o açúcar estimula a produção de serotonina, que promove sensação de bem-estar. A ansiedade também detona a vontade de comer mais. Por isso, às vezes parece tão difícil manter o controle alimentar nesta fase. Para quem não quer perder as formas, vale procurar orientação nutricional ou psicológica.
6) Alguns alimentos ajudam a minimizar o quadro.
VERDADE – Evitar o excesso de sal é a primeira medida importante, pois ele contribui para o agravamento da retenção de líquidos. Vale, ainda, manter distância de itens gordurosos e substâncias com cafeína, chá preto, refrigerantes, vinho tinto, que aumentariam a agitação e irritabilidade. Por outro lado, alimentos diuréticos, que vão combater o inchaço, são excelentes opções: frutas como melancia e morango, por exemplo.
7) Dor de cabeça é um dos sintomas.
VERDADE – O incômodo acontece por causa da retenção hídrica cerebral. Existem mais de 150 dores de cabeça catalogadas e esta é a chamada cefaleia tensional. Para driblar o problema, vale investir em caminhos como ingestão aumentada de água, exercícios regulares, banho morno, relaxamento, massagem. Como a dor não costuma ser intensa e incapacitante, e sim incômoda e moderada, pode-se, ainda, usar um analgésico comum para minimizar o quadro mas sempre falando com o médico antes.
8) É bom evitar itens com cafeína, como café e refrigerantes com cola.
VERDADE – De acordo com Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, trata-se de elementos que aumentam a irritabilidade e pioram o desconforto das mamas. Tais bebidas vão deixar a mulher mais ligada ainda. Vale trocar por água, água de coco, sucos de frutas. Para Felipe Henning Gaia Duarte, todos os alimentam que contenham cafeína ou que sejam estimulantes podem piorar o quadro de ansiedade e labilidade emocional que tanto incomodam neste período. Então, vale evitar. Um dos itens mais defendidos para estes dias é o inhame, que traz um fito-hormônio chamado diosgenina com estrutura muito semelhante à do hormônio progesterona. Dessa forma, o tubérculo colabora para o equilíbrio hormonal e minimiza as reações indesejadas. E, como também tem carboidratos que estimulam a síntese de serotonina, melhora sintomas de depressão e estresse.
9) O estresse aumenta a chance de a TPM surgir.
VERDADE – Em um ambiente em que já existe instabilidade emocional, o nervosismo só vai aumentar, e muito, o desconforto dessa fase, diz o doutor em Endocrinologia, Felipe Henning Gaia Duarte. Sabe-se que, quanto mais elevados forem os níveis de estresse, maiores são as chances de a mulher sofrer com Tensão Pré-Menstrual. A recomendação, então, é investir em pelo menos 20 minutos diários de relaxamento ou qualquer atividade que dê prazer. Alguns alimentos também podem ajudar: no caso do estresse, a recomendação é ingerir itens com vitamina C, limão, laranja, goiaba, kiwi, que ativam o funcionamento da glândula adrenal, regulam a produção de cortisol e oferecem poder antioxidante para combater os radicais livres.
10) A retenção de líquidos pode ser tão intensa que leva a variações de peso.
VERDADE – Como engordar significa aumentar o tecido gorduroso, o termo certo é sofrer com variações de peso pela retenção de líquido, sustenta Felipe Henning Gaia Duarte, consultor do Salomão Zoppi Diagnósticos. O acúmulo geralmente acontece nas mamas, no abdômen e no cérebro, resultando em sintomas como dor nos seios, embaixo do ventre e na cabeça. Ocorre retenção de sódio e água, e por isso a paciente sente diferença no seu corpo, completa a ginecologista Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves.
11) TPM não tem cura.
VERDADE – Ela pode ser atenuada de modo importante com medidas comportamentais como dieta equilibrada, atividade física e sono adequado. Se isto não for suficiente, o emprego de anticoncepcionais, quando indicado, pode ser tentado, bem como de outros medicamentos que reduzam as manifestações, ressalta Felipe Henning Gaia Duarte. Não tem cura, e por isso a mulher precisa de cuidados constantes, que mudam de acordo com os sintomas. É preciso buscar tratamento a cada ciclo, porque nem todos os ciclos são iguais, completa Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves.
12) Há uma TPM mais grave.
VERDADE – A forma mais séria acontece em 8% a 10% dos casos e é chamada de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM). Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. Por isso, em geral sofre com problemas de relacionamento interpessoal e conflitos no trabalho. Vale, então, procurar ajuda especializada, conversando com o ginecologista e depois buscando auxílio terapêutico.
13) Tensão Pré-Menstrual é mais comum em mulheres numa determinada faixa etária.
VERDADE – Trabalho realizado no Hospital do Coração, em São Paulo, com 2.000 mulheres, mostrou que a disfunção é mais frequente após os 30 a 40 anos, especialmente no que toca os aspectos psíquicos. Nas adolescentes, os principais sintomas são físicos: dor de cabeça e cólica.
14) Hoje, há tratamentos modernos que praticamente desaparecem com os sintomas.
VERDADE – Felipe Henning Gaia Duarte explica que vários medicamentos reduzem os sintomas, como os receptadores de serotonina e/ou dopamina. Há, ainda, anticoncepcionais de baixa dosagem que trazem benefícios mas devem ser empregados apenas em casos extremos, quando as manifestações interferem nas atividades normais. Algumas dicas, porém, são comuns a todos os médicos: investir em qualidade de vida com exercícios aeróbios, técnicas de relaxamento (ioga, meditação) e alimentação balanceada, sem exagero de sódio e cafeína.
15) Os sintomas são sempre os mesmos em todas as mulheres.
MITO – Ainda mais se pensarmos que existem mais de 150 sintomas diferentes, entre físicos (cefaleia, dor de estômago, incômodo nos seios, aumento do apetite) e emocionais (irritabilidade, impaciência, ansiedade, depressão). Eles são variáveis para cada mulher, que pode sentir desde um edema no corpo até cólicas, dor de cabeça, mal estar, instabilidade no humor, impulsão por chocolates e doces, diz Felipe Duarte, acrescentando que os sinais também ocorrem com intensidade diferente nas pacientes.
16) É possível ter TPM o mês inteiro.
MITO – O distúrbio é cíclico e ocorre apenas entre 10 a 14 dias antes da menstruação nem antes, nem depois deste período. Para ser diagnosticado como TPM, os sintomas têm de desaparecer com o término da menstruação, sustenta Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, graduada em Medicina pela Faculdade de Teresópolis. Partindo do fato de que a disfunção advém da mudança do perfil hormonal, já que na fase pré-menstrual os níveis de estrogênio estão reduzidos e os de progesterona elevados, vemos que tal afirmação não se sustenta. Quando a mulher menstrua, as alterações cessam e um novo período hormonal tem início. Portanto, se uma mulher diz que apresenta sinais o mês todo, provavelmente padece de algum outro mal associado, completa Felipe Duarte, consultor do SalomãoZoppi Diagnósticos.
17) Se a mulher não engravida e tem filhos, os sintomas ficam mais fortes
MITO – A Tensão Pré-Menstrual independe de gravidez e filhos, explica a ginecologista Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves. São variações hormonais que, no decorrer da vida, podem sofrer alterações, mas não na quantidade e intensidade dos sintomas. E como estamos falando de características individuais, há mulheres que vão ter os sinais atenuados com o parto, outras não.
Fonte: Saúde UOL